Em 12 anos, Bahia se verticaliza pouco, e saneamento básico avança pouco
Redação
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Foto: Valter Campanato/ABr
Em 2022, segundo o Censo Demográfico, a Bahia continuava a ser um estado onde quase toda a população morava em casas. Elas abrigavam 9 em cada 10 pessoas: 89,7% da população ou 12.645.131 de um total de 14.103.181 moradores de domicílios particulares permanentes (ficam de fora dessa conta as pessoas que moravam em domicílios coletivos, como presídios, alojamentos, conventos etc.).
Frente a 2010, assim como ocorreu no Brasil e em todas as 27 unidades da Federação, a Bahia teve uma diminuição da proporção de população vivendo em casas (era de 93,3% naquele ano) e um aumento da população que vivia em apartamentos, de 5,4% para 8,2% do total (uma diferença de 2,8 pontos percentuais), chegando a 1.152.546 pessoas.
Entretanto, esse processo de verticalização foi menos expressivo na Bahia do que no país como um todo, com o estado aprestando o 9o menor aumento na proporção de pessoas morando em apartamentos, em 12 anos.
Em 2022, no Brasil, 12,5% da população (cerca de 25,3 milhões de pessoas) viviam em apartamentos, contra 8,5% em 2010 (alta de 4,0 pontos percentuais). A Bahia era apenas o 14o estado em proporção de moradores de apartamentos, em 2022 e caiu duas posições em relação a 2010, quando havia sido o 12o. Distrito Federal (28,7%), Rio de Janeiro (20,0%) e Santa Catarina (18,5%) lideravam; Tocantins (2,5%), Maranhão (3,1%) e Piauí (3,7%) tinham as menores proporções.
Outro tipo de domicílio que se tornou mais popular, entre os Censos, na Bahia, foram as casas de vila ou em condomínio, mas elas abrigam uma fatia bem menor da população. Em 2022, 2,0% dos habitantes do estado (283.403) moravam em casas de vila/condomínio. A proporção dobrou frente a 2010, quando era 1,0%. Esse aumento também foi generalizado no país, ocorrendo em todos os estados.
Por outro lado, foi praticamente uma unanimidade a redução, de 2010 para 2022, na proporção de pessoas que moravam em casas de cômodos ou cortiços. Na Bahia, esse grupo caiu de 0,3% para 0,1% do total da população (representando ainda 17.290 pessoas). Só o Acre teve um discreto aumento.
As estruturas residenciais permanentes degradadas ou inacabadas são um tipo de domicílio investigado pela primeira vez no Censo 2022 e representam uma precariedade habitacional intensa, pois, embora sejam edificações destinadas à habitação, estão parcialmente destruídas ou ainda não integralmente construídas. Na Bahia, 0,03% da população morava nesse tipo de residência (4.765 pessoas), proporção um pouco menor do que a do Brasil como um todo (0,04% ou 81.327 pessoas morando em residências extremamente precárias).
Por fim, em 2022, na Bahia, apenas 46 pessoas moravam em habitações indígenas sem paredes ou maloca. No país como um todo, 52.445 pessoas (0,03% da população) viviam nesse tipo de domicílio, concentradas fortemente em Mato Grosso, Amazonas e Roraima.
Todas as capitais brasileiras viram aumentar a população vivendo em apartamentos, entre 2010 e 2022. O avanço em Salvador (+5,2 pontos percentuais) foi o 8o menor entre elas, e, por isso, a cidade caiu da 9a para a 12a nesse ranking, no período.
Em Salvador, em 2022, a proporção da população morando em casas continuou largamente majoritária (71,1%, ou 1.711.653 pessoas, frente a 76,1% em 2010). A proporção de moradores de casas de vila ou em condomínio ficou em 2,32% (55.953 em números absolutos), frente a 2,15% em 2010. A população vivendo em casas de cômodos ou cortiços caiu de 0,59% para 0,16% do total (3.809 pessoas), e apenas 0,02% dos habitantes morava em alguma estrutura residencial permanente degradada ou inacabada (419 pessoas).
Embora a população baiana que vive em apartamento se concentre significativamente em Salvador, ela aumentou sua participação em 9 de cada 10 cidades do estado (87,1% ou 363 dos 417 municípios), entre 2010 e 2022.
Os maiores crescimentos na proporção de pessoas vivendo em apartamentos ocorreram em Lauro de Freitas (de 6,1% em 2010 para 25,2% em 2022), Itabuna (de 12,7% para 24,6%) e Simões Filho (de 7,6% para 16,8%). As três, nessa ordem, passaram a seguir Salvador, formando o grupo de cidades mais verticalizadas da Bahia. Ilhéus (13,9%) vinha na quinta posição.
As maiores proporções de pessoas vivendo em estruturas degradadas ou inacabadas estavam em Jitaúna (0,9%, 9o maior percentual do Brasil), Medeiros Neto (0,6%) e Gongogi (0,6%). Já as habitações indígenas sem parede ou malocas existiam apenas em Santa Cruz Cabrália, Uruçuca, Porto Seguro e Prado – em todas elas abrigando menos de 0,1% da população.
Fonte: SECOM/Salvador
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