O espaço de comercialização, montado no estacionamento em frente ao farol da Orla da Atalaia, em Aracaju, para realização da Feira Sergipana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, reúne, desde a última sexta-feira, 26, estandes com produtos da agricultura familiar, artesanato sergipano e da culinária regional. Já nos primeiros dias foi possível contatar o sentimento de satisfação dos expositores, produtores e visitantes.
Coordenada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a iniciativa tem como objetivo ampliar o acesso dos pequenos produtores a novos mercados, estimulando a comercialização de alimentos e produtos artesanais oriundos da agricultura familiar, da agroecologia e da economia solidária de todas as regiões sergipanas. A programação segue até o domingo, 28, sempre das 14h às 22h.
A representante do Fórum Estadual da Economia Solidária, Cláudia Pereira, destacou o caráter coletivo de organização e comercialização. “Esse é um espaço onde podemos fortalecer a economia solidária, que reúne trabalhos coletivos, seja de associações, cooperativas ou grupos informais, sempre realizados em grupos e não de forma individual”, afirmou.
Ela explica que essas iniciativas complementam a renda da agricultura familiar, especialmente no período das entressafras, por meio de atividades diversas, como grupos de mulheres, casas de farinha, cultura, alimentação e serviços. “A economia solidária valoriza produtos naturais e artesanais de várias regiões de Sergipe, preservando saberes tradicionais e dando visibilidade a trabalhadores antes “invisíveis”. A Feira da Agricultura Familiar fortalece essa rede, promovendo a exposição de produtos, a troca de conhecimentos e a valorização das comunidades”, enfatizou.
Nesta segunda edição da Fesafes, cerca de 90 expositores participam do evento, representando diferentes categorias da agricultura familiar e da economia solidária, como comunidades tradicionais, assentados, pescadores e extrativistas. Os feirantes estão organizados em núcleos por territórios de identidade, oferecendo ao público uma ampla diversidade de alimentos saudáveis — de origem animal e vegetal — além de produtos agroecológicos, agroindustrializados, minimamente processados e peças de artesanato.
A artesã Maria Fátima Ferreira levou para o local trabalhos manuais feitos em crochê, bordados, fuxicos, além de itens feitos com a palha da taboa. “Para nós, artesãos e agricultores familiares, é muito importante participar de um evento como esse, que promove essa ponte entre o produtor e o consumidor final e é de grande importância para a divulgação de nosso trabalho, muitas vezes realizado por grupos de mulheres, e representa não só um espaço de comercialização, mas, também, de aprendizado e troca de saberes”, declarou a expositora que veio de Ilha das Flores, na região do Baixo São Francisco para participar do evento, representando a rede Balaio da Solidariedade. “Nossa organização atua em territórios de Sergipe e, também, na Bahia, e é composta por grupos de várias famílias de agricultores, que vão da produção do arroz, com 39 famílias, até os produtos artesanais expostos aqui neste evento”, completou.
A empreendedora individual da Coroa do Meio, em Aracaju, Andréa Santos Gomes, confecciona biscoitos caseiros que são vendidos em feiras, no contato direto com os clientes em clínicas, nas ruas e de porta em porta, e é outra expositora presente na feira. “Participei da primeira edição, no conjunto Augusto Franco, e minha expectativa para esse evento é de que a renda seja muito boa. Acredito que vamos vender muito bem nossos produtos. O local está muito bom e bem organizado”, contou ao expor sobre os biscoitos que produz em vários sabores: canela, limão, baunilha, gotas de chocolate, creme de cebola, creme de parmesão, casadinhos, entre outros.
Avaliação do púbico é positiva
Wilson Bispo da Fonseca, morador do bairro Aruana, soube do evento por meio das redes sociais e fez questão de prestigiar o evento. “Gostei muito do espaço e achei bem tranquilo, organizado. Encontrei produtos muito bons. Sempre que posso, procuro consumir produtos naturais, feitos sem passar por processo industrializado e encontrei isso aqui”, destacou.
Recém chegada a Aracaju, onde está há apenas um mês, a argentina Astier Banchik, gostou da proposta da feira e procurou aproveitar bastante os produtos oferecidos. “Achei muito legal isso de promover a força local, com a participação de muitas mulheres, organizadas em grupos, representando a força feminina e estou tentando aproveitar um pouquinho de cada coisa. Quero conhecer mais sobre Sergipe, onde vim para ficar. Já passei pelo Rio de Janeiro, pela Bahia, mas gostei mesmo de Aracaju, e quero aprender sobre tudo que tem aqui”, frisou.
As amigas Maria Augusta Dantas e Rita Maria Moura também aproveitaram a oportunidade para visitar o espaço e conhecerem os produtos ofertados por artesãos e agricultores locais. “Soubemos da feira pela TV e viemos conhecer. Sempre saímos juntas e viemos conferir os estandes, os produtos oferecidos. Achei tudo muito bonito e organizado. Aproveitei para comprar alguns queijos e produtos artesanais”, observou Maria Augusta, que mora no bairro São José.
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