Em alusão ao ‘Setembro Vermelho’, mês de conscientização sobre a saúde cardiovascular, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), equipamento de alta complexidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES), reforça a importância da prevenção e do tratamento de doenças do coração. Nesta segunda-feira, 29, é celebrado o Dia Mundial do Coração e a maternidade alerta para os riscos das doenças cardiovasculares em gestantes e parturientes.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, a principal causa de morte no Brasil é ocasionada pelas doenças cardiovasculares como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, doenças coronarianas e arritmias.
Por isso, a equipe de Cardiologia da MNSL ressalta a relevância de prevenção de doenças do coração em gestantes, parturientes e até mesmo nos funcionários da maternidade. “Este mês é dedicado à prevenção de doenças cardiovasculares preconizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, então pensamos em orientar os nossos colegas de trabalho e nossas pacientes. As gestantes que têm um risco cardíaco maior são as que têm hipertensão arterial durante a gestação, ou as que já são hipertensas antes de engravidar e têm histórico familiar”, afirmou a cardiologista Caroline Souza.
A médica explicou que existe uma patologia chamada hipertensão gestacional, que se adquire depois de 20 semanas de gestação e quem desenvolveu a hipertensão durante a gestação aumenta o risco de doença cardíaca no futuro. “A inflamação que acontece durante a gestação, pode ter repercussão no futuro dessa mulher, a pré-eclâmpsia também é um fator de risco para infarto e derrame, ou seja, para doença cardiovascular. Quando temos no histórico uma paciente que já teve pré-eclâmpsia, o olhar é diferenciado, temos que cuidar mais dela, se tiver recomendado, ela tem que fazer atividade física. Somos mais rigorosos no controle do colesterol, da glicemia e da pressão arterial, pois somando estes fatores, eles aumentam o risco da doença cardíaca”, detalhou Caroline.
A professora Elisângela Tavares Santos, 39, teve hipertensão gestacional no final da gravidez de Manuele, que nasceu com 39 semanas de gestação, no último dia 24. “Eu já tenho outra filha, Marianny, de 4 anos, e normalmente não tenho hipertensão, mas no final dessa gestação fui diagnosticada com hipertensão gestacional e fui encaminhada para cá. Gostei muito das orientações e principalmente da equipe na sala de parto, deixaram-me bem calma e ocorreu tudo bem”, contou.
Do município de Estância, sul sergipano, a dona de casa Maria da Conceição Gomes tem um filho de 23 anos, outro de 20, uma menina de 3 e, no último dia 22, teve Maria Heloá na MNSL. “Eu tive hipertensão gestacional em todas as quatro gestações, e tive pré-eclâmpsia e hemorragia nesta. Meu parto foi cesáreo, de 38 semanas, e a minha bebê nasceu com 2.092 gramas. Graças a Deus e ao tratamento daqui estamos bem. Eu continuo tomando remédio para pressão alta e espero melhorar logo para receber alta”, relatou.
Cuidado amplo
Durante o mês de setembro, a equipe de Cardiologia promoveu encontros para orientar o maior número de profissionais da maternidade, pois muitos fazem consultas e relatam aumento da pressão arterial. Também participaram estudantes da Liga de Cardiologia da Universidade Tiradentes. “Todos aqui cuidam da maternidade de alto risco. Às vezes vamos somatizando os problemas das pacientes e nem temos a consciência de que devemos nos prevenir e de que podemos orientar as nossas pacientes também. Falamos sobre os fatores de risco das doenças e como nos prevenir; porque acho que a prevenção é o que vai fazer reduzir o número de óbitos. A prevenção é a chave”, destacou a cardiologista Celi Marques.
Para a cardiologista, a mudança recente nas diretrizes para tratamento da hipertensão (onde a pressão considerada normal é até 11,9 x 7,9 mmHg , de 12 x 8 até 13,9 x 8,9 mmHg é pré-hipertensão e a hipertensão é a partir de 14 x 9 mmHg - em duas medições), é para impactar na queda da mortalidade por doenças cardiovasculares. “Trazendo esses níveis mais baixos, vamos estender a atenção para uma maior população com cuidado na prevenção e o tratamento vai se tornar mais precoce para evitar as doenças cardiovasculares. Condutas, posturas, mudança de hábitos, mudança de estilo de vida, como deixar de fumar, ter uma alimentação saudável, evitar estresse e fazer exercícios físicos são essenciais. Isso modifica a vida da pessoa para melhor”, reforçou.
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